ATA DA NONAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 17-10-2007.

 


Aos dezessete dias do mês de outubro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luiz Braz, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Neuza Canabarro e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Sebastião Melo e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Alceu Brasinha, os Pedidos de Providência nos 4531 e 4532/07; pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 4533 a 4541/07; pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos 4527 a 4530/07; pelo Vereador Ervino Besson, o Projeto de Lei do Legislativo nº 225/07 (Processo nº 7148/07); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 210, 234 e 238/07 (Processos nos 7042, 7336 e 7519/07, respectivamente) e o Pedido de Informação nº 178/07 (Processo nº 8009/07); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Projeto de Lei do Legislativo nº 177/07 (Processo nº 5741/07); pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Projeto de Lei do Legislativo nº 050/07 (Processo nº 1619/07). Também, foi apregoada a Emenda nº 02 ao Projeto de Resolução nº 060/07 (Processo nº 3832/07), assinada pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Zé Valdir. Na ocasião, foram apregoados os Ofícios nos 1299 e 1300/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 021/07 (Processo nº 8022/07) e 022/07 (Processo n° 8030/07). Após, foram apregoados os Memorandos nos 370, 371, 372, 374, 375, 379, 380, 381 e 383/07, firmados pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa as Representações Externas, respectivamente: da Vereadora Neuza Canabarro, ontem, na solenidade de posse da Educadora Clodia Maria Godoy Turra na Cadeira nº 13 da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul, às dezessete horas, no Auditório José Lewgoy do Solar dos Câmara, em Porto Alegre; da Vereadora Maristela Meneghetti, no dia vinte e cinco de outubro do corrente, na solenidade de abertura oficial da Feira CONSTRUSUL Acabamentos e Iluminação, às quatorze horas, no Centro de Exposição da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul – FIERGS –, em Porto Alegre; da Vereadora Margarete Moraes, no dia vinte e quatro de outubro do corrente, na Audiência Pública sobre o Panorama Atual dos Transplantes e Doação de Órgãos no Rio Grande do Sul, às nove horas e trinta minutos, na Sala João Neves da Fontoura, no Plenarinho do Palácio Farroupilha, em Porto Alegre; do Vereador Márcio Bins Ely, no dia dezenove de outubro do corrente, na cerimônia de posse da Diretoria Clínica e do Conselho de Ética do Hospital Parque Belém, às dez horas, nas dependências do Anfiteatro desse Hospital, em Porto Alegre; da Vereadora Neuza Canabarro, ontem, no coquetel de abertura da exposição “Hospital Moinhos de Vento: 80 Anos com Porto Alegre”, às dezenove horas e trinta minutos, no Museu Hipólito José da Costa, em Porto Alegre; do Vereador Professor Garcia, no dia vinte de outubro do corrente, na cerimônia de abertura do Encontro de Atualização Científica do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 5ª Região – CREFITO-5/RS – e lançamento da Coletânea de Relatos de Experiências Profissionais de Fisioterapeutas e de Terapeutas Ocupacionais (SUS e SUAS), às dez horas, no Hotel Embaixador, em Porto Alegre; do Vereador Dr. Raul, amanhã, na inauguração da sede do Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul e abertura da exposição Olhares Sobre a História da Medicina, às vinte horas, em Porto Alegre; da Vereadora Neuza Canabarro, hoje, na solenidade de apresentação da Diretoria Executiva e Conselho Fiscal do Sindicato dos Técnicos do Tesouro do Estado do Rio Grande do Sul – AFOCEFE Sindicato –, às vinte horas, no Salão de Eventos do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre; da Vereadora Neuza Canabarro, hoje, no coquetel de lançamento do livro Jogo da Oca, da Escritora Zilah Fioravanso, e exposição de aquarelas Paisajes Mágicos Desde el Camino, do Pintor Arturo Vinuesa, às dezenove horas, no Instituto Cervantes, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 75697, 107717, 107718, 107719, 127834, 127835 e 127836/07, do Senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Septuagésima Quinta e Septuagésima Sexta Sessões Ordinárias. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/06, os Projetos de Lei do Legislativo nos 215, 218, 220 e 226/07, o Projeto de Lei do Executivo nº 019/07, discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa, Professor Garcia e Carlos Comassetto e pela Vereadora Neuza Canabarro; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 192, 204, 214 e 202/07, este discutido pela Vereadora Margarete Moraes, o Projeto de Lei do Executivo nº 014/07; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 154 e 217/07, este discutido pela Vereadora Margarete Moraes. Na oportunidade, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca da pertinência do pronunciamento do Vereador Carlos Comassetto ao assunto em debate quando da Discussão Preliminar de Pauta. Também, o Vereador Carlos Comassetto formulou Requerimento verbal, para que seja solicitado ao Executivo Municipal o envio, a este Legislativo, de documentação atinente ao Programa Integrado Socioambiental de Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Bernardino Vendruscolo informou que a Bancada do PMDB indicou o nome do Vereador Sebastião Melo para a presidência desta Casa no ano de dois mil e oito. Ainda, replicou críticas ao Prefeito José Fogaça, justificando que aqueles que atualmente questionam a gestão municipal são integrantes de Partidos Políticos que já dirigiram a Cidade e que, nessas ocasiões, não fizeram as obras que atualmente cobram do Executivo. O Vereador Adeli Sell externou sua insatisfação com a forma como Porto Alegre está sendo governada, citando problemas com o planejamento do trânsito, a sujeira em locais públicos, os moradores de rua e a disseminação da venda de drogas em bairros da Cidade. Também, reportou-se à questão da segurança pública no Estado e à troca de comando na Brigada Militar, questionando ações do Governo Estadual nessa área. A Vereadora Neuza Canabarro discorreu sobre o Programa Integrado Socioambiental de Porto Alegre, afirmando que a ampliação do tratamento de esgotos prevista nessa proposta reduzirá significativamente o volume de poluentes orgânicos lançados no Lago Guaíba. Ainda, abordou Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 001/07, de sua autoria, que altera valores do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana de imóveis não atendidos por rede de esgoto cloacal. O Vereador José Ismael Heinen posicionou-se contrariamente à prorrogação, até o ano de dois mil e onze, da vigência da Contribuição Provisória Sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF. Nesse sentido, teceu críticas ao Governo Federal, asseverando que aumentos na arrecadação de tributos não vêm representando, em contrapartida, mais investimentos em infra-estrutura ou melhorias na qualidade dos serviços públicos oferecidos à população. O Vereador Claudio Sebenelo reportou-se ao pronunciamento hoje efetuado pelo Vereador José Ismael Heinen, em Comunicação de Líder, declarando que o País não apresenta condições econômicas que viabilizem a extinção da CPMF. Sobre o assunto, propugnou pela aplicação integral dos recursos oriundos desse tributo em programas voltados à saúde pública, salientando que, atualmente, os índices aplicados nessa área não atingem quarenta por cento das verbas arrecadadas. Às quinze horas e quinze minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste, Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo Senhor 1º Secretário e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3710/06 – SUBSTITUTIVO Nº 02 ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 018/06, ambos de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que altera o § 3º do art. 31 e o art. 66 e acrescenta arts. 66-A e 66-B na Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município, estabelecendo critérios para a compensação e a restituição de créditos tributários, e revoga o § 2º do art. 16 dessa Lei Complementar.

 

PROC. Nº 7106/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 215/07, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Alexandre de Gusmão o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 7045 – Loteamento Lagos de Nova Ipanema. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7109/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 218/07, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Praça Lucy da Silva Bottini o logradouro público cadastrado, conhecido como Praça 7049 – Loteamento Lagos de Nova Ipanema. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7111/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 220/07, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Francisco Solano Borges o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 7046 – Loteamento Lagos de Nova Ipanema. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7160/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 226/07, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua Ozório José Martins o logradouro público cadastrado, conhecido como Beco do Carrapicho. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7780/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/07, que autoriza o Poder Executivo a contratar empréstimo externo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, com garantia da União, para financiamento de obras de reurbanização, saneamento, drenagem urbana e gestão ambiental do Programa Integrado Socioambiental – PISA.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4411/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/07, que denomina Praça Cônego Alfredo Ody, o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Praça nº 2512, localizado na esquina da Rua Curvelo com Rua Heretiano Rocha – Bairro Petrópolis. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 6564/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 192/07, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui o uso preferencial da indumentária Pilcha Gaúcha nas repartições públicas da Administração Direta e Indireta do Município de Porto Alegre, por ambos os sexos, durante o mês de setembro, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 6804/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 202/07, de autoria da Verª Margarete Moraes, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Justo Werlang.

 

PROC. Nº 6870/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 204/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que denomina Rua Antônio Fonseca da Luz o logradouro parcialmente cadastrado, conhecido como Rua 6341 – Loteamento Colinas de São Francisco. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7105/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 214/07, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Felipe Arísio o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 7040 – Loteamento Lagos de Nova Ipanema. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4794/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 154/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que institui, no âmbito do Município de Porto Alegre, o Programa de Prevenção ao Alcoolismo e Desestímulo ao Consumo de Álcool entre os Adolescentes e os Jovens, cria a Semana Municipal contra o Alcoolismo, revoga as Leis nos 7.497, de 21 de setembro de 1994, 8.867, de 28 de dezembro de 2001, 8.592, de 31 de agosto de 2000, 9.429, de 16 de abril de 2004, 9.432, de 20 de abril de 2004, e 9.996, de 19 de junho de 2006, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 7108/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 217/07, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Carlos Maximiliano Fayet o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 6370 – Loteamento Lagos de Nova Ipanema. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Verª Maria Celeste, nossa Presidenta; colegas Vereadores e colegas Vereadoras, dentre os Projetos em 1ª Sessão de discussão preliminar de Pauta temos um Projeto do Executivo que pede autorização para contratação de empréstimo externo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID -, com garantia da União, para financiamento de obras de reurbanização, saneamento, drenagem urbana e gestão ambiental do Programa Socioambiental, o PISA. O Projeto de Lei determina, em seu Art. 1º, o seguinte (Lê.): “Fica o Poder Executivo autorizado a contratar com o Banco Interamericano de desenvolvimento - BID - a operação de crédito externo, no valor limite equivalente a US$ 75.700.000,00 (setenta e cinco milhões e setecentos mil dólares dos Estados Unidos da América), correspondentes a 49,24% do montante total destinado ao Programa Integrado Socioambiental – PISA.

Parágrafo único. A contrapartida do Município está orçada em 50,76% (cinqüenta vírgula setenta e seis por cento) do total do Projeto, ou seja, o correspondente a US$ 78.040.000,00 (setenta e oito milhões e quarenta mil dólares dos Estados Unidos da América)”.

Fica o Poder Executivo autorizado a abrir créditos e assim por diante.

Já nas nossas últimas Administrações, com o Prefeito Tarso Genro e com o Prefeito João Verle, na seqüência, começou-se a estruturar o Programa Integrado Socioambiental com o objetivo de termos no Município de Porto Alegre mais de 50% de tratamento do seu esgoto cloacal. Relembrando, quando assumimos o Executivo Municipal, em 1989 - e eu tive a satisfação de ser o Diretor-Geral do DMAE -, a Cidade tratava entre 1% a 2% do seu esgoto através de pequenas estações de tratamento. Eu já dizia, naquela ocasião, que era uma dívida que o Executivo Municipal, durante toda a sua existência, tinha com a própria Cidade. Nós já tínhamos um percentual importante, interessante no que se referia ao tratamento e ao abastecimento de água, mas nós tínhamos um percentual muito baixo no que se referia ao tratamento de esgoto. Havia uma situação razoável na coleta desse esgoto sanitário através de redes do DMAE e redes do DEP, chegava a 70% - agora deve estar em torno de 80% - da coleta desse esgoto, porque o DMAE tem crescido bastante no lançamento de rede, e nós começamos a trabalhar de forma incisiva, muito forte para reverter esse percentual quase inexistente no tratamento do esgoto cloacal. E durante as quatro administrações da Frente Popular, nós saímos então de 1% a 2% e fomos para 27%. Se a gente toma a história da Cidade, nós podemos dizer, tranqüilamente, que em 16 anos se fez muitas vezes mais do que tinha sido feito em todos os duzentos e tantos anos da história da cidade de Porto Alegre. Mas, é evidente também, que 27% - saímos de 1%, 2% para 27%, é um pulo muito grande -, é um percentual ainda baixo no que se refere ao tratamento dos esgotos cloacais, dos esgotos sanitários. Já se começou na administração do Ver. Todeschini, que também foi Diretor-Geral do DMAE, a estruturar o Programa Integrado Socioambiental. Não conseguimos finalizá-lo em termos de financiamento e, felizmente, temos muita crítica à atual Administração, a qual eu considero, assim, tipo uma tartaruga manca, tal a sua velocidade, quase parando. Na quinta-feira passada, aliás, Verª Margarete Moraes, a Cidade parou. A grande obra viária do Prefeito Fogaça - como disse um companheiro nosso, o José Carlos dos Reis - fez a Cidade parar, completamente, na quinta-feira passada!

Mas, neste caso, há uma atitude interessante da continuidade ao Programa Integrado Socioambiental, para o qual aqui pede financiamento. Nós já autorizamos financiamento para outro tipo de atuação. Como estamos recebendo o Projeto agora, vamos analisá-lo com muita atenção, mas isso é importante para que a Cidade consiga avançar significativamente, Ver. Dr. Raul. Sabemos que todo o investimento em saneamento significa mais saúde, uma Cidade mais saudável, portanto, com uma melhor qualidade de vida.

Então, temos simpatia pelo Projeto, mas é evidente que vamos ter de analisá-lo melhor. Muito obrigado, Verª Neuza, pela paciência.

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª Neuza Canabarro assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Guilherme Barbosa.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, também vou-me deter ao Projeto do Executivo que está, hoje, em 1ª Sessão de Pauta, que autoriza o Poder Executivo a contratar empréstimo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID -, com a garantia da União, para o financiamento de obras de reurbanização, saneamento, drenagem urbana e gestão ambiental do Projeto Socioambiental – PISA. Quero dizer que para este Projeto, os recursos são na ordem de 153 milhões de reais. O custo desta obra do Programa Socioambiental vai sair quase duas vezes o custo da 3ª Perimetral. Mas, sem sombra de dúvida, eu posso afirmar que será a grande obra dos últimos anos na cidade de Porto Alegre. Imaginem os senhores e as senhoras, o Ver. Guilherme Barbosa já falou antes, que Porto Alegre tem apenas 27% de tratamento básico, e, com este Projeto, passará a ter tratamento de esgotos superior a 70%. Sai uma canalização da Usina do Gasômetro e vai até a Ponta Grossa. Todos os detritos, dejetos largados in natura no lago Guaíba serão canalizados para uma estação de tratamento lá na Ponta Grossa. Calcula-se que num espaço de cinco anos nós possamos ter balneabilidade até Pedra Redonda, ou seja, já temos até Belém Novo e, com o Projeto Socioambiental, será até a Pedra Redonda. Cada vez mais estaremos próximos, aqui, perto da Câmara, no centro da Cidade da balneabilidade, ou seja, de poder tomar banho sem risco de contaminação, sem contar, logicamente, Ver. Bernardino, a pescaria, que atrai muitos cidadãos!

 

O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Concedo-lhe um aparte, Vereador, de forma rápida, pois eu tenho alguns encaminhamentos.

 

O Sr. Guilherme Barbosa: Obrigado, Ver. Garcia, serei rápido, como sempre. Queria dizer que aqui junto ao Gasômetro, infelizmente, mesmo que a praia esteja despoluída, nós não poderemos ter banho. Ali há buracos muito profundos, de três metros ou mais, porque dali se retirou a terra para fazer a avenida. Portanto, nós devemos ter muito cuidado com isso. Obrigado.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: E ainda hoje, 40% dos dejetos de Porto Alegre são lançados ali, sem contar com a questão também dos afluentes e dos diversos rios que fazem essa parte.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Vereador, concedo-lhe um aparte de forma rápida, senão não consigo falar. Por gentileza.

 

O Sr. Carlos Todeschini: Obrigado. Muito rápido, Ver. Garcia, gostaria de dizer que já deixamos pronto este Projeto, com licenciamento ambiental garantido pela Fepam, no caso é uma obra licenciada pela Fepam. No entanto, houve várias modificações importantes, as quais requerem que seja feito um novo licenciamento. Portanto, dadas as mudanças, é necessário que se refaça todo o processo de discussão, em Audiências Públicas, que já havia sido feito. Obrigado.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: E V. Exª sabe que algumas das mudanças foram para melhor. Por exemplo: aquela câmara de carga que ia sair na Tristeza não será realizada, porque na gestão passada, V. Exª sabe, a comunidade não queria. Então, nós temos que trabalhar em cima disso.

Também quero ressaltar que a concessão de verbas só foi possível agora, porque, por três anos, houve um déficit primário – 2002, 2003, 2004 – e é necessário, para contrair novos empréstimos, os de 2005 e 2006. Mas tenho certeza de que esse empréstimo será aprovado, não tenho nenhuma dúvida, pela totalidade dos Vereadores, porque isso vai mudar o perfil da nossa Cidade. Então, acho que é um ponto novo a questão da balneabilidade, do tratamento, e, além disso, a recolocação de mais de 1.500 famílias que passarão também a ter dignidade, deixarão de morar hoje na beira do riacho, ali naquela região da Sanga da Morte, em volta do Cristal e da Cavalhada. Então Porto Alegre tem muito a ganhar com isso, mas logicamente precisamos da compreensão de todos. E eu não tenho dúvidas de que deva ser um Projeto aprovado pela totalidade dos Vereadores. Muito obrigado, Sra. Vereadora.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Professor Garcia.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Querida Presidenta, Verª Neuza Canabarro; hoje eu quero tratar de um Projeto de minha autoria, que concede o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Justo Werlang. Creio que nós, que estamos por votar um Projeto da Mesa Diretora que vai sintetizar os Títulos, as Comendas, as homenagens desta Casa - que infelizmente, às vezes, Ver. Adeli, beiram as raias do ridículo -, devemos ter muita responsabilidade nessa questão e premiar alguém em nome de toda a Casa, toda a Câmara Municipal. Com muita honra eu ofereço à discussão, à reflexão dos meus Pares, o nome do Sr. Justo Werlang. Ele é muito atuante na cidade de Porto Alegre - o Ver. Sebenelo o conhece -, no meio das Artes e também pelo seu trabalho em relação ao meio ambiente. Ele é formado em Direito pela Universidade do Rio Grande do Sul, é administrador de empresas pela PUC, tem Mestrado em Administração pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Criou, junto com o seu irmão, o Projeto Ambiental Gaia Village. Mas eu quero dizer que conheci Justo Werlang no mundo das Artes, na sua condição de colecionador de artes, e nessa condição concebeu e coordenou muitos projetos artísticos culturais em Porto Alegre entre 1991 e 1999. Em 1995, participou ativamente da criação da 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, época em que ele presidiu os trabalhos da Bienal, que foi seu maior desafio: primeiro ano da Bienal, primeira edição, não se tinha noção se teria continuidade ou não, se esse evento se consolidaria. Depois, ele foi Vice-Presidente da Bienal na 4ª e 5ª edição, ajudou a criar a Fundação Iberê Camargo - e eu tive a oportunidade de participar. Iberê Camargo, sabendo que estava doente e iria morrer, pediu a alguns empresários que criassem essa Fundação, e hoje a gente vê esse desejo cumprido. Hoje, a Bienal do Mercosul tem um projeto pedagógico: tem mais de 200 escolas já agendadas que fazem um trabalho sistemático de visitação à Bienal, com guias capacitados para trabalhar com essas crianças, e, a partir de então, nós sabemos que as crianças já terão, desde cedo, contato com as obras de arte e criarão esse amor pelo trabalho artístico.

Então, por toda essa personalidade de quem se preocupa com as artes, de quem se preocupa com o meio ambiente, eu peço o apoio dos Vereadores desta Casa.

Eu não queria deixar nesse curto espaço de tempo de me referir a um Projeto de autoria do Ver. João Antonio Dib, que denomina Rua Carlos Maximiliano Fayet o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 6370, no Loteamento Lagos de Nova Ipanema. O Fayet foi um grande arquiteto da nossa Cidade, Professor, fez história, deixou um belo legado, sobretudo no caso do Araújo Viana, uma obra de arte que dialogava, na época, com as obras do Niemeyer, uma obra absolutamente harmonizada com aquele entorno, com aquela paisagem; aquela paisagem na horizontal do Parque Farroupilha. Quando nós resolvemos fazer a cobertura, nós chamamos o Arquiteto, que, junto com o Moojen, eram os autores da obra. Foram eles que realizaram, eles que construíram a lona - a lona estava garantida por alguns anos. Depois, quando fizemos a obra de reforço da lona do Araújo Viana, também chamamos o Fayet. Então, além de tudo, ele tem vários monumentos em obras públicas da nossa Cidade e é uma pessoa que merece o reconhecimento desta Casa, agora a partir dessa idéia do Ver. João Antonio Dib de homenageá-lo com um nome de rua. Obrigada, Verª Neuza Canabarro, Verª Maria Celeste.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Verª Margarete Moraes.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; colegas Vereadores, Vereadoras, senhores e senhoras, quero tratar aqui hoje do Projeto do PISA, do financiamento que pede o Governo Municipal para contratar junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento. E quero trazer algumas preocupações. Há poucos minutos no Plenário eu transmitia essas preocupações para o representante do Partido do Governo, PMDB, Ver. Professor Garcia. Na verdade, nós temos que dizer aqui, colegas Vereadores, Ver. João Antonio Dib, V. Exª que discute aqui os temas da engenharia e do saneamento básico, este é o segundo Projeto que nós estamos aprovando para financiamento do mesmo empreendimento, que é o Socioambiental; portanto, não está descrito aqui, Ver. Guilherme Barbosa, que já foi feito um financiamento, que isso é uma complementação do mesmo Projeto. Eu creio que isso tem que ser dito aqui, inclusive ser dito que nós já aprovamos aqui a busca de 167 milhões que vêm do Ministério da Cidade, do Governo Federal; portanto, quando um Município diz que está colocando a contrapartida de 78 milhões, que é 50% do Projeto, não está correto, temos que fazer essa conta e dizer que uma parte é do Ministério da Cidade, uma, agora do Banco Interamericano, e uma contrapartida do Município, e nós não estamos aprovando um Projeto isolado.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pela concessão do aparte, nobre Vereador e companheiro Comassetto, porque este é um Projeto que foi muito trabalhado, foram, pelo menos, cinco anos de estudos, ainda na Administração Popular. O Projeto foi licenciado e, felizmente, pela mudança de política federal, o Governo Lula passou a investir em saneamento e a defender o serviço público, não só com os investimentos federais, do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que será executado pela Caixa Econômica Federal, através de um investimento de 168 milhões de reais para o tratamento dos esgotos, como essa autorização junto ao BID, de mais 75 milhões de dólares que deverá dar conta da parte social, ou seja, de prover habitação e qualidade de vida para 1.600 famílias que hoje vivem em área de risco, sujeitas a inundações, tanto no arroio Cavalhada como na Vila dos Sargentos.

Queria fazer um parêntese, em função do pronunciamento anterior, do Ver. Garcia, em que ele fez menção a uma “chaminé de equilíbrio” que foi mudada. Isso não é significativo, porque aquilo era um pré-estudo, era uma hipótese que estava colocada, e havia um grupo que acompanhava o desenvolvimento de toda a obra. Portanto, cabe ao atual Governo refazer as licenças que estavam aprovadas e que o Projeto mudou substancialmente; para mim, para pior. Quero que seja discutido, porque a Cidade toda deve saber quanto e como deve pagar a obra, qual é a concepção para o tratamento dos esgotos, bem como a despoluição do Guaíba que nós vamos ter. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Obrigado, Ver. Todeschini. Quero dizer que esta sua preocupação está corretíssima.

Quero trazer para este Plenário as seguintes situações: para este Projeto ir para frente, Ver. Bernardino, o senhor que é do Partido do Governo, que o Tribunal hoje coloca em questionamento, inclusive, é o seguinte: na verdade nós não estamos aprovando 130 milhões de dólares para o Projeto na totalidade. O Projeto na totalidade custa em torno de 480 milhões de reais. Aqui nós já aprovamos um empréstimo de 168 milhões do Governo Federal – portanto tinha que estar dito aqui, não está dito na justificativa deste Projeto, tem que dizer -, bem como este Vereador que aqui fala, fez um Pedido de Informações ao Executivo Municipal e até o momento não recebeu resposta. Do que trata este Pedido de Informações, Ver. João Antonio Dib? Primeiro: em todos os estudos que foram feitos para o reassentamento das 1.600 famílias, na Zona Sul, e os estudos que estão lá no BID, está dito que estas famílias seriam reassentadas, no máximo, a mil metros do local de onde elas estão. E o que está dizendo a Carta-Consulta que o Executivo mandou para o BID, do Programa Integrado Socioambiental? Está dizendo que estas famílias serão deslocadas para a Vila Nova e para a Restinga. Quero dizer que vou lutar contra a transferência dessas famílias para a Restinga. A Restinga e a Vila Nova não são depositárias de famílias sem infra-estrutura. Esse dinheiro, que nós estamos aprovando aqui, é para reassentar as famílias conforme o Projeto original dizia: “... no máximo, a mil metros dos seus locais de moradia”, o que existe no Cristal e existe na Cavalhada. Portanto, fiz este Pedido de Informações ao Executivo Municipal; não veio até hoje a resposta. Vereador Bernardino, o senhor que é do Partido do Governo, por favor, providencie para que essas informações cheguem a esta Casa.

Segundo Pedido de Informações, Ver. João Antonio Dib: as redes de esgoto. Uma planta que eu recebi contempla parte da comunidade lá na Restinga, Verª Neuza, contempla a planta original da Restinga; todo o entorno da Restinga não é contemplado com a coleta dos esgotos, bem como, por exemplo, o bairro da Ponta Grossa, onde 40% são contemplados, e o restante não é contemplado. Eu fiz o Pedido para que nos enviassem o projeto de Engenharia, porque somos engenheiros, temos qualidades, tanto eu como o Ver. João Antonio Dib, o Ver. Todeschini e o Ver. Guilherme na orientação técnica, para, junto com os demais Vereadores, entendermos uma planta de Engenharia. Fazer um projeto dessa grandeza para contemplar uma parte da comunidade, e a outra não ser contemplada... Nós precisamos entender e ter explicações nesta Casa; portanto, eu gostaria que essas informações, que já foram pedidas, Sra. Presidente – para concluir -, quando votamos o outro empréstimo, ao Ministério das Cidades, viessem a esta Casa pois elas não vieram a esta Casa. O Sr. Secretário veio aqui falar no genérico do Projeto; nós queremos conhecer os detalhes do Projeto.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Carlos Nedel.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sim, senhor, Ver. João Carlos Nedel, porque nós entendemos o Projeto e queremos... O que ele veio falar aqui...

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O tempo, Ver. Comassetto.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: ... não explicou o Projeto. Agradeço.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Muito obrigada.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Questão de Ordem): Eu não vou lembrar a V. Exª, até porque V. Exª sabe que em outra oportunidade já se discutiu isto aqui: eu acho que o Vereador tem que respeitar a Pauta. Só vou lhe pedir...

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Ele estava falando em Pauta, Vereador.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Exma Srª Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos neste momento; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu venho discutir o Projeto de Lei do Executivo, que está em Pauta, que autoriza o Poder Executivo a contratar empréstimo externo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID -, com garantia da União, para financiamento de obras de reurbanização, saneamento, drenagem urbana e gestão ambiental do Programa Integrado Socioambiental – PISA. Considero que nós só podemos louvar quando chega um Projeto para realmente sanear o lago Guaíba e terminar com esse crime ambiental a que nós assistimos. Nós precisamos dar-lhe balneabilidade. Agora, Ver. Carlos Comassetto, o projeto de recuperação do Guaíba começou há muitos e muitos anos. Teve início em 1976. De 1990 a 1994, nós participamos ativamente de todo o projeto e sabemos como são esses financiamentos: vão e voltam. Mas isto é de fundamental importância para a população de Porto Alegre: recuperar a balneabilidade. Não recuperar isso é um crime ambiental.

Agora, quando se fala em construir mais, construir esgoto cloacal, questionamos o seguinte: a construção do esgoto cloacal é de importância fundamental, porque ele é construído para ter em média 50 anos de vida, e com a união do cloacal com o pluvial, o que tivemos? Uma redução para 20 anos, isso segundo técnicos do DEP e do DMAE, porque enferruja a estrutura. Então isso não pode ocorrer. Se de 1986 a 1988 foram construídos 270 quilômetros de esgoto cloacal, de 1989 a 2004 foram 90 quilômetros, só que, em 1989, tivemos a cobrança da tarifa do esgoto, e se diz que é o esgoto pluvial.

Para onde foram esses recursos, que agora precisamos de empréstimos? Onde estão esses recursos, que somam, nesses 18 anos, 627 milhões 109 mil e 111 reais? E foram arrecadados de forma irregular, porque o esgoto pluvial não pode ser cobrado. Então temos que ver esse projeto e esse empréstimo! Onde é que estão os outros recursos? O que estão fazendo? Onde é que está sendo investido? Isso é uma realidade! Nós não estamos tendo construção! E esse recurso é repassado do DMAE, Ver. João Antonio Dib, para um caixa único, mas não estão construindo absolutamente nada! E o IPTU que pagamos já nos dá o direito a ter escoamento da água da chuva, por meio do esgoto pluvial! Temos o direito à mínima infra-estrutura das nossas residências, das nossas ruas! Então eu só questiono e gostaria de saber onde estão os 627 milhões 109 mil e 111 reais que foram arrecadados para construir o esgoto cloacal. Onde estão? Por que precisamos de empréstimo? É claro que nós vamos aprovar, se nos disserem que foram colocados em outras obras, mas queremos saber, até porque estamos aqui, Ver. João Antonio Dib, para fazer a coisa certa, e lembro que V. Exª me disse: “Quem vem para fazer a coisa certa, às vezes, se decepciona”. E, como professora, eu diria que fazer um curso de especialização, de mestrado, de pós-graduação e até de doutorado não é fácil, mas se entra, pega-se todas as regras e segue-se à risca. Eu aqui confesso a minha incompetência, porque eu ainda não consegui lidar, não consegui aprender como fazer a política deste Legislativo. O Vereador é eleito para quê? Para defender o interesse do cidadão. Então, o Projeto do Executivo tem o nosso apoio, mas queremos saber onde está o recurso arrecadado pelo DMAE como tarifa de esgoto. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Encerrado o período de Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Srª Presidenta, requeiro seja feito um Pedido, em nome da Mesa Diretora, no sentido de que o Executivo Municipal mande o Projeto do Socioambiental para esta Casa, o seu Projeto de Engenharia, com os mapas, da abrangência que vai ter, para que todos possam analisar, já que iniciamos a discussão desse financiamento hoje, um Pedido de Informações para o Executivo de toda a Casa. Muito obrigado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigado, Ver. Carlos Comassetto.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos, os nossos cumprimentos; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna para dizer – e todos sabem - que o ano de 2008 terá, na presidência desta Casa, um dos Vereadores do PMDB. Ontem, por bem, entendemos indicar o Ver. Sebastião Melo para ser o nosso candidato à presidência no ano de 2008. Já vínhamos tratando disso há, mais ou menos, três meses e, ontem, então, nós – os cinco Vereadores: eu, Dr. Raul, Haroldo de Souza, Professor Garcia e Sebastião Melo – entendemos, por bem, indicar o Ver. Sebastião Melo para presidir esta Casa. Esperamos, evidentemente, o apoio dos demais Pares desta Casa; rogamos para que ele tenha sucesso na sua administração, na condução dos trabalhos desta Casa. Quero dizer também que este Vereador fará parte da Comissão do Plano Diretor, assim como o Ver. Professor Garcia, que agora está aqui no PMDB, e com a sua vinda aumenta o número dos participantes do Partido na Comissão do Plano Diretor: de um para dois.

Senhora Presidente, Verª Maristela Meneghetti; eu dificilmente venho a esta tribuna para fazer debates em defesa de Partidos, principalmente quando se tratam de questões estaduais ou federais, até porque, nós, na verdade, às vezes, acabamos nos desfocando ou tratando de assuntos maiores e deixando a nossa Cidade de lado.

Eu acho que não é proibida aos Vereadores a discussão sobre o País, as questões do Estado. Agora eu vejo que alguns Pares exageram nas discussões do Estado, nas discussões do País e esquecem de discutir as questões municipais. E muitos esquecem que governaram este Município, muitos esquecem que até ontem tinham a chave do caixa, tinham o poder de fazer no Município. Então, eu acho que nós não podemos atropelar, ou deixar que atropelem, da forma como estão atropelando, como se nunca tivessem tido a oportunidade de administrar este Município.

O PMDB, pela primeira vez, pode dizer que passa a administrar este Município, tendo, como Prefeito, o José Fogaça. E eu acho que valem as críticas, porque com as críticas nós vamos corrigir os erros, ao menos tentar. Mas acho que elas têm que ter limite, porque alguns Pares falam que quando administraram este Município fizeram só maravilhas, como se nada de ruim tivesse acontecido. Aí eu não falo somente do PT, temos outros Partidos que governaram o Município e que deixaram a sua história, mas muita coisa que há hoje aqui a ser feita ainda é de tempos atrás, poderiam ter feito na oportunidade em que governaram o Município. Então só vamos nortear o nosso discurso, porque toda vez que subirem aqui e exagerarem no seu discurso, nós vamos puxar um pouquinho a memória, porque há muitos representantes de Partidos diversos que estão esquecendo disso, um problema de amnésia. Estão esquecendo que governaram o Município e, quando governaram, tiveram oportunidade de fazer, fizeram, mas não fizeram tudo. Então eu acho que vale a crítica, mas não a crítica pesada da forma que vem acontecendo nos últimos dias aqui. Era isso, obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Bernardino Vendruscolo.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ADELI SELL: Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras, quero dizer ao Líder do PMDB, Partido do Prefeito Fogaça, que não é nosso feitio exagerar. Esse tempo de gestos eloqüentes, exagero de linguagem, da crítica pela crítica, isso é passado, isso é a velha política, a política que não acumula, a política que não demarca, a política que não constrói. Agora, ninguém vai-nos proibir de falar do “apagão” de quinta-feira; a Cidade parou na quinta-feira, o trânsito não funcionou. Para variar, a EPTC não existe; como ela não existe, não tem direção, pode cair o mundo, não há planejamento para os “azuizinhos” ficarem nas principais esquinas e dirigirem o trânsito, para não dar a confusão que ocorreu na quinta-feira. Nunca antes na história desta Cidade houve tal “apagão”, como, também, nunca antes na história desta Cidade houve tanta sujeira, tanto lixo espalhado pela Cidade, tanta coisa jogada pelas calçadas, nas bocas-de-lobo. Não é só no Centro, não é só na periferia, nunca antes na história desta Cidade se viu tanto morador de rua. Na Federasul – com seus 80 anos, um prédio histórico -, o Ver. Nedel e eu, hoje, pudemos constatar vários moradores de rua ali deitados. No Terminal Mauá, não sou eu quem fala, os jornais de ontem publicaram de forma sobeja... Há um jornal da Cidade que, desde a semana passada, está mostrando a tragédia do bairro Floresta, a bagunça que é o bairro, como a Cidade está tomada pelo crack, pela maconha, pelo pó, pelo tráfico.

Nós não estamos no Rio de Janeiro, nós não estamos vivendo o filme “Tropa de Elite”, mas essa realidade que estamos vivendo é muito semelhante. A violência existe, mas aqui, diferentemente do Rio de Janeiro, a imprensa não faz o mesmo tipo de divulgação sobre a questão do crime. Não adianta! Não dá para esconder o sol com a peneira, porque a realidade é nua e crua!

E nós estamos vendo, por exemplo, hoje, teve confronto no Centro da Cidade, e eu avisava, estão deixando a Cidade ser tomada pelo comércio ilícito, pelos batedores de carteira. Mas vem o Secretário da Segurança Pública, homem todo-poderoso, que diz que sabe tudo de Segurança pública, e convida o seu compadre, que só conhece Santo Ângelo, para ser o Comandante da Brigada Militar no Estado do Rio Grande do Sul, comandar a Brigada Militar na Região Metropolitana, tirando o Comandante do 9º Batalhão, trocando por outro, que, por sinal, entrou muito bem, também o conheço, mudando duas vezes o Comandante de Policiamento da Capital. Por sinal, o que entrou é um cara brilhante, fez um bom trabalho no 11.

Temos bons militares, temos uma boa Brigada Militar, mas o que está faltando é o Comando-Geral da Brigada Militar. Foi tirado um sujeito que conhecia tudo da Região Metropolitana para colocar um senhor muito simpático, gente muito boa no diálogo, mas que não conhece a nossa realidade. É uma tragédia!

Leiam os jornalistas que entendem de Segurança pública em Porto Alegre, o que têm dito sobre blitz com hora marcada. Ontem, às 21h30min, havia uma blitz, novamente, na Av. Castelo Branco, na saída da Rodoviária.

Ora, senhores, fechar dois terços da pista, numa terça-feira, à noite? Eu sei, toda terça-feira de noite tem blitz na Av. Castelo Branco; toda quinta-feira, de noite, tem blitz na Av. Sertório; toda segunda-feira, de manhã, tem blitz na Av. Loureiro da Silva; toda sexta-feira tem blitz na Rua Lima e Silva e Rua José do Patrocínio.

Ora, esses dias, alardearam que iriam continuar com o movimento que fizeram na manhã de sexta-feira, e sábado repetiram com um rotundo fracasso. Ou seja, avisar o bandido, o traficante, enfim, isso não é Segurança pública. E aqueles que defendem o Governo Yeda, aqueles que defendem o Governo Fogaça, que estão muito quietos ultimamente, estão dispersos no plenário, não estão se entendendo, cada um fala uma coisa, nunca respondem às questões que nós aqui colocamos.

Afinal de contas, para quem disse que não iria aumentar impostos, houve “pacotaço”; para quem disse que não ia mudar de Partido e trocou, houve troca-troca; e faltar com a palavra não é tradição do Rio Grande do Sul, porque aqui, no passado, fio de bigode era a palavra, sem dúvida nenhuma, uma tradição, e a palavra era outra tradição; os jornais, os blogs, os sites estão a demonstrar. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público presente, eu registro, com satisfação, o que toda a imprensa escrita, falada e televisionada registrou, o Projeto da Prefeitura de Porto Alegre que vai reduzir a poluição do lago Guaíba com o Programa Integrado Socioambiental – PISA.

A proposta é de que, em 20 anos, se possa aumentar o índice de tratamento de esgotos, que hoje é de 27%, para 77%. Isso deverá reduzir em 90% a quantidade de coliformes lançados no Guaíba.

A água que a população de Porto Alegre recebe também vai melhorar, já que a carga de poluentes orgânicos e de coliformes, na água captada, será menor, diminuindo a necessidade de produtos utilizados para o tratamento.

O Programa está dividido em três sistemas: Cavalhada, Ponta da Cadeia e Restinga, que atendem a regiões onde é produzida a maior parte do esgoto coletado no Município.

Essa é, sem dúvida alguma, uma das mais importantes ações, Ver. João Antonio Dib, da Administração de José Fogaça. Ações, por quê? Porque nós sabemos que o senhor, como Prefeito, o Collares, o Olívio, todos os Vereadores, há mais de 20 anos, estão preocupados e deram alguma colaboração, alguma contribuição, porque esses financiamentos internacionais demandam muito tempo, e temos ainda, além disso, a alternância do Poder. Na alternância do Poder, sempre se encontra algo para mexer. Lamentavelmente, todo esse tempo foi de um enorme prejuízo à população de Porto Alegre.

Esse Programa vem ao encontro do Projeto de Lei Complementar para acabar com a cobrança indevida do esgoto pluvial feita pelo DMAE, que apresentei em março deste ano e, para minha surpresa, a Comissão de Constituição e Justiça rejeitou contrariando o parecer da Procuradoria Jurídica desta Casa. Na justificativa, o relator alegou impedimento de natureza jurídica com base em fundamentos equivocados, facilmente contestáveis. O Projeto, se aprovado, beneficiaria mais de 73% das residências ou economias de Porto Alegre, que só têm à disposição a rede para escoamento da água da chuva, que não pode ser cobrada porque já pagamos IPTU, caracterizando bitributação. A construção da rede pluvial é dever do Município que já recebe esses impostos para essa finalidade. O DMAE só pode cobrar a tarifa da rede cloacal construída especialmente com a finalidade de escoar os dejetos sanitários. Para justificar a cobrança indevida, que acontece desde 1989 - vejam bem, 1989 -, a Prefeitura alega se tratar de esgoto pluvial misto (cloacal e pluvial), fato que não procede. Um Vereador me questionou: “Por que não fez este Projeto quando o Collares era Prefeito?” Porque o Collares não cobrava; até veio essa proposta, e ele disse ao Petersen que isso era imoral, indevido, e que não admitia bitributação ao contribuinte!

Nós estamos nesta Casa para defender o cidadão que nos elegeu e que confia no nosso trabalho! A construção da rede pluvial não pode ser cobrada com essa tarifa de esgoto. Para justificar a cobrança indevida que acontece, o DMAE continua dizendo que construiu. Negativo. De 1986 a 1989, foram construídos 270 km de esgoto cloacal; uma média de 90 km por ano. De 1990 até 2004, foram construídos, Ver. Todeschini, 90 km; o correspondente a um ano do Governo Collares, e sem cobrar tarifa de esgoto. Por isso digo aqui aos Vereadores: venceram essa batalha, mas não venceram a guerra. Nós vamos lutar, e aqueles que sabem que sou do signo de escorpião, quando nos picam, nós vamos com mais força, esta vai ser a nossa grande bandeira até o dia da eleição do ano que vem: a denúncia da cobrança indevida e da exploração do bolso do contribuinte.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta desta Casa, Verª Maristela Meneghetti; nobres Pares, Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste, muito tem-se lido, muito tem-se falado nos debates, e eu volto a afirmar a posição do Partido Democratas em relação à carga tributária: somos, com decisão madura, frontalmente contra o aumento de qualquer tipo de imposto, tanto em nível municipal, estadual e federal, principalmente em relação à nossa CPMF que está em discussão e que afeta todo o cidadão brasileiro, afeta todos os Municípios do Brasil, afeta todos os Estados brasileiros. Em contrapartida, a União está batendo recordes e mais recordes de arrecadação de impostos, porém não está com a mesma velocidade, retribuindo serviços à nossa população.

Nós estamos vendo aqui a dengue escondida, mas que veio a transparecer um aumento de 50%; nós estamos com uma epidemia de dengue muito séria neste País, mais de 500 mil casos até este momento, um aumento de 50%. As queimadas em Mato Grosso, Acre, Rondônia aumentaram em 107%, gente. Este é o País moderno que nós estamos. O SUS, em 15 Municípios dos 465 do Estado do Rio Grande do Sul, não tem o contrato firmado com a União para o atendimento de ponta da Saúde. Os acidentes rodoviários aumentaram em 20%, em casos letais. Estamos prevendo o que aconteceu na quinta-feira, quando foi abordado aqui, o apagão rodoviário. No Brasil todo, está-se prevendo um apagão rodoviário, com o nosso próximo escoamento da safra. Nós vamos sentir esse problema no momento em que os nossos carros forem às ruas, como foi na quinta-feira que Porto Alegre quase não se movimentou. Imaginem, isso está acontecendo no Brasil todo pelas ineficiências; a infra-estrutura do País está parada. Nós tivemos congestão aérea, nós tivemos problemas em aeroportos, nós temos problemas em portos e vamos ter problemas também no transporte rodoviário, já estamos tendo e deverá se agravar, porque não está havendo investimento correspondente para isso tudo.

Para completarmos, o Governo só está exigindo sacrifício dos nossos aposentados; a população que mais contribuiu para este Brasil é a da maior idade, da maturidade, e desses o Governo está exigindo cada vez mais sacrifícios; seus salários são aumentados 3% enquanto os outros são aumentados 5%, e o salário mínimo 16%, os aposentados estão sendo cada vez mais maltratados neste País. Hoje está no jornal Zero Hora que estão querendo elevar o tempo de contribuição para a aposentadoria. Nada contra, mas por que só dos aposentados? Por que o Governo também não começa a apertar o seu cinto, não começa a administrar este País? Por que não pára de botar dinheiro fora, por que não acaba com essa corrupção que está tirando dinheiro de todo o mundo? E só pensam em arrecadar mais e mais. Está fazendo qualquer coisa para manter a CPMF, chega a ser ridículo. Eles sabiam que no dia 31 de dezembro de 2007, pela Constituição Brasileira, acabaria a arrecadação da CPMF. É constitucional! Então, se ele não previu isso, me desculpe, o Governo Federal não tem como implorar que seja aprovada a CPMF. Nosso Partido chegou à conclusão de que se não arrecadarmos esse imposto, ele trará mais benefícios para o povo brasileiro do que se o Governo arrecadar, porque esse dinheiro vai ficar nos Municípios, nos Estados, circulando, dando bem-estar desde o mais humilde ao mais abonado, dando bem-estar e mais arrecadação aos Estados e Municípios.

Era isso que tinha a falar, essa indignação que cada vez mais nos afeta. Graças a Deus estou num Partido que leva como questão de honra a retomada desta bandeira da diminuição dos impostos em prol de uma ampliação do nível de emprego e dignidade para o nosso povo, nossos munícipes. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta e Srs. Vereadores, eu gostaria de contrapor o Ver. José Ismael Heinen quanto ao seu raciocínio a respeito da CPMF. Nós precisamos da CPMF e não podemos, como País, abrir mão desse imposto, porque ele pode resolver a grande maioria dos problemas da área da Saúde. No entanto, é necessário, é imprescindível que seja examinada a PEC n.º 29 e sejam impostos aos Estados, aos Municípios e à União os percentuais cabíveis. E a União, com a CPMF e com a cobrança das dívidas dos planos de saúde - que em cima do Sistema Único de Saúde fazem a sua própria riqueza, devendo para o erário mais de um bilhão e meio -, aplique esse dinheiro na área da Saúde. Não pode o dinheiro da CPMF, Ver. Ismael, ir para a vala comum e pagar precatórios, pagar cesta básica, pagar Bolsa Família. Não, não pode, porque isso passa a ser uma arrecadação eleitoreira que, afinal, vai sustentar os cofres nacionais e beneficiar eventuais candidatos a cargos majoritários.

A CPMF, inicialmente, foi criada para ser aplicada na área da Saúde. E quando foi desviada pela primeira vez foi para pagamento das dívidas da Saúde com os fundos sociais que estavam onerados por empréstimos antigos. Agora, nos últimos quatro anos, não chegou a 40% o que foi aplicado em Saúde com a arrecadação da CPMF.

Nós achamos que o Estado arrecada demais, mas se essa arrecadação fosse destinada para uma das maiores dívidas sociais do País de todos os tempos, como resgate de uma das dívidas que mais envergonha este País, a área da Saúde estaria diferente. Pois são lá nas vilas que se morre por falta de leitos hospitalares, por falta de consulta e cirurgia adequada na época devida, e não mandar retornar de forma desumana. Porque se há alguma coisa de desumano neste País é o sistema de Saúde, esse precisa de socorro urgente, porque o que nós estamos falando, quando falamos que a CPMF tem quer ser toda aplicada na Saúde, é que o Estado foi à falência. Todas as áreas que sejam examinadas como modelo, por exemplo, de mobilidade urbana no País inteiro, o modelo fracassou. Temos que mudar o modelo, pois o que está aí fracassou. A questão da Saúde? Temos que mudar o modelo e seu financiamento. Não podemos abrir mão do Sistema Único de Saúde, porque se abrirmos mão vai ser o único resgate que essa população de baixa ou nenhuma renda tem ainda nas capitais maiores do País.

Por isso, é patriótico lutar pela CPMF, não como uma verba que vá à vala comum, mas que tenha uma única destinação, a área da Saúde. Todos nós sabemos, conhecemos os filmes, a história toda das nossas emergências, retratando a falência de um sistema. Uma das falências é a gestão, não tenho dúvidas, mas a outra, indiscutivelmente, é a falta de financiamento. E seria de lesa-pátria ainda ter que, por uma questão de governabilidade, negociar a CPMF. Essa não tem negociação, essa tem que ser votada e ficar a favor do povo brasileiro. Tem que permanecer a CPMF, tem que ser aplicada na área da Saúde, porque uma das formas mais preciosas que existe de desconcentrar a renda neste País, não tenham dúvida, é aplicar o dinheiro na área da Saúde; o Governo, raramente, vai errar.

(Não revisado pelo orador.)

 

 A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Não há mais Lideranças inscritas.

Visivelmente, não há quórum. Encerro os trabalhos da presente Sessão e convoco todos os Vereadores para, em dois minutos, uma Sessão Extraordinária para discutirmos o PLE nº 019/07, de autoria do Poder Executivo, que autoriza a contratar empréstimo externo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, com garantia da União, para financiamento de obras do PISA.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h15min.)

 

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